Jesus estava em Cafarnaum e, numa tarde, depois de sua pregação, viu um homem chamado Mateus assentado à banca de impostos, olhou-o bem nos olhos e o disse: Segue-me. Viu-o não tanto com os olhos corporais quanto com a vista da íntima compaixão. Viu o publicano, dele se compadeceu e o escolheu. Disse-lhe então: Segue-me. Segue, quis dizer, imita, segue, quis dizer, não tanto pelo andar dos pés, quanto pela realização dos atos. Pois quem diz que permanece em Cristo, deve andar como ele andou (Cf 1 Jo 2,6). Levi, imediatamente, levantou-se, abandonou tudo e mudou de vida, seguindo Jesus.
Não é de admirar que o publicano, ao primeiro chamado do Senhor, tenha abandonado os lucros terrenos de que cuidava e, desprezando a opulência, aderisse aos seguidores daquele que via não possuir riqueza alguma. Pois o próprio Senhor que o chamara exteriormente com a palavra, interiormente lhe ensinou por instinto invisível a segui-lo, infundindo em seu espírito a luz da graça espiritual. Com esta luz compreenderia que quem o afastava dos tesouros temporais podia dar-lhe nos céus os tesouros incorruptíveis e eternos.
E aconteceu que, estando ele em casa, muitos publicanos e pecadores vieram e puseram-se à mesa com Jesus e seus discípulos (Cf Mt 9,10). A conversão de um publicano deu a muitos publicanos e pecadores o exemplo da penitência e do perdão. Aquele que seria Apóstolo e Evangelista dos povos, logo no primeiro encontro com Jesus arrasta após si para a salvação um grupo de pecadores. A sua presença no grupo dos apóstolos indicava que Jesus não fazia e nem faz discriminação de ninguém, buscava e continua buscando a salvação de todos.
Assim inicia o ofício de evangelizar desde os primeiros começos de sua fé aquele que viria a realizar este ofício plenamente com o merecido progresso das virtudes. Contudo, se quisermos indagar pelo sentido mais profundo deste acontecimento na vida de Mateus, nós o entenderemos. Raciocinem comigo: A Mateus foi muito mais grato o banquete na casa do seu coração, preparado pela fé e pelo amor do que o banquete terreno que ele ofereceu ao Senhor em sua casa material. Sabe por que estou afirmando isso? Porque Jesus disse em outra ocasião: "Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele e ele comigo" (Cf Ap 3,20).
Ouvindo a sua voz, abrimos a porta para recebê-lo, ao acertamos de bom grado suas advertências e nos pormos a realizar aquilo que compreendemos como o nosso dever. Então Ele entra para que ceemos, Ele conosco e nós com Ele, porque, pela graça de seu amor, habita nos corações dos eleitos para alimentá-los sempre com a luz de sua presença.
Para pensar:
· Mateus mudou radicalmente de vida depois que conheceu Jesus. E você, já conhece Jesus ou vai ter de mudar de religião primeiro?!?!
· De ladrão oficial do governo, Mateus tornou-se pescador de almas. Você busca evangelizar á moda de Mateus?
ORAÇÃO:
Ó Deus, que na vossa inesgotável misericórdia escolhestes o publicano Mateus para torná-lo Apóstolo, dai-nos, por sua oração e exemplo, a graça de vos seguir e permanecer sempre convosco. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Paróquia Nossa Senhora do Carmo - Cabo Belo , para acessar clique aqui.
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